sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

TRANSVERSALIDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA – UMA UTOPIA?!

A língua portuguesa é, ou antes, deveria ser transversal a todas as áreas curriculares. Contudo, assim não acontece!
Quantos de vós, caros colegas, possuem “conhecimento de facto” que os docentes das outras áreas curriculares assinalam os erros e procedem aos “devidos” descontos, apesar desta “lei” vigorar no regimento interno em algumas das escolas da região?
Muitos dos discentes não delimitam a entrada de parágrafo, apresentam respostas sem contextualização em relação à pergunta, realizam respostas limitadas à total ou parcial transcrição textual, elaboram respostas em esquemas, dão imensos erros ortográficos e de sintaxe, entre outros problemas que poderiam ser elencados. Tantas são as queixas dos meus colegas… No entanto, o que fazem eles para colmatar a situação? Que ajuda poderiam dar aos seus alunos e assim também aos seus colegas de Português?
Na minha opinião, poderiam atribuir, pelo menos, 10% à forma e 90% ao conteúdo! Não digo para corrigirem os erros, mas assinalá-los, utilizando simples códigos conhecidos por todos nós!
Das 9 escolas em que leccionei, apenas conheci alguns professores que procediam deste modo! Atribuem uma percentagem para a forma e uma para o conteúdo! No 1º Teste realizado, os alunos sentem-se prejudicados, pois notam que lhes foram descontados os erros dados ao nível da Língua Portuguesa. Num 2º Teste, os discentes já realizam as suas respostas de forma correcta, clara e completa, tendo sempre em atenção ao “seu Português”. Assim, os alunos começam a tomar consciência de que devem utilizar a Língua Portuguesa não só na área curricular de Português, mas também nas outras disciplinas.
Gostaria que as escolas criassem uma “lei” que fosse cumprida na íntegra e que a percentagem de desconto atribuída à forma (Língua Portuguesa) fosse igual em todas as escolas da região! De queixas, de teoria… Já estamos fartos e de nada nos serve!
Cristina Vieira, EBS das Flores